quinta-feira, 8 de outubro de 2009

LOST? Só ser for uma opção!

Tava assistindo a quinta temporada do Lost ontem e entendi o por quê do nome, não se trata só de perdidos em uma ilha após um desastre de avião, mas sim de uma busca incessante para encontrar a si mesmo.

O Jack é um médico alcoólatra exatamente como o pai que ele acreditava não valer nem um par de sapatos, a Kate matou o padrasto porque era bêbado, safado e batia na mãe, o Sawyer um golpista que assim ficou após ter presenciado o pai morrer em função de um. O mais incrível é que eles conseguem com toda essa problemática viver um triangulo amoroso.

Quantas "Kate" você, que está gastando seu precioso tempo lendo essa joça conhece? Milhares, né? São as famosas "mulheres que amam demais" ou podemos chamá-las de "mulheres que sofrem demais".

Muito doido isso, você passa a sua vida inteira reclamando que a sua mãe faz caretas vendo televisão e esquece muitas palavras quando conta uma estória (contada pela milésima vez) e quando cai a ficha, lá tá tu tentando desenrugar a testa vendo a novela e se perguntando onde estão as palavras pra concluir um diálogo que não lembra se já foi realizado com aquela pessoa em algum momento.

É, a vida se repete, as pessoas se repetem e cada um tem um tempo, um jeito, uma verdade. Existem coisas na vida que não conseguimos escapar, o exemplo de atitudes semelhantes realizadas em função do DNA é adaptável, não totalmente modificável. Já não penso a mesma coisa quando se trata de escolher alguém para compartilhar nossa vida, nos ensinar coisas, evoluir junto. Isso é nossa responsabilidade e está totalmente ao nosso alcance. Fácil? Nada é. Mas é uma questão de escolha, não de opção.

Escolha ou alternativa: consiste num processo mental de pensamento envolvendo o julgamento dos méritos de múltiplas opiniões e a seleção de uma delas para ação.
Opção: possibilidade de optar por um, outro, vários.

Ou seja, escolher exige massa cinzenta, optar exige apenas apontar o dedo e se conformar com alternativas, pessoas, coisas, caminhos já antes nomeados.

Sim, você pode escolher se quer ser feliz ou optar por viver a mesma vida com pessoas diferentes a cada dois meses, que na verdade de opostos não tem nada, só mudam de nome, endereço, tamanho de pau, conta bancária e corte de cabelo. Lá na essência são os mesmos bêbados e cafajestes.

Escolha amigo (a), não se contente com os modelos disponíveis, nem todo carrão é sinônimo de felicidade e moto 125 sinônimo de inferno na torre.

Experimente, tente, viva diferente. A gente merece e eles também. Enquanto existem as mulheres que aceitam, existem homens que oferecem. A oferta é proporcional a demanda e vice versa.

Agora, levanta daí, pare de sentir pena de si mesmo e vai a luta. Se a tua escolha for ser uma Kate, pelo menos que seja consciente.

Porra de Olimpíada!

A pessoa liga a televisão e vê aquele monte de gente comemorando porque o Brasil, mais especificamente o Rio de Janeiro vai ser a sede dos jogos olímpicos em 2016.
Que alegria, imaginem o dinheiro que será desviado enquanto crianças continuam sem cama, sem teto, sem comida, sem escola e sem medicamentos.

Viva as olimpíadas, viva a ignorância desse povo que se contenta com nada ou quase nada. Na verdade que acredito, fazemos parte da mudança e somos responsáveis por escolher nossos representantes, até nossa energia ao dizer "que o Brasil não tem jeito" estimula a continuidade desse comportamento "desisti do meu país" coletivo.

Pois bem, estou nesse momento respirando fundo e torcendo que os 30 bilhões investidos não virem 90 voando pela janela.

Queria eu, ver estampar a primeira página de um jornal - Brasil é o primeiro país da America do sul à:
  • Diminuir mortes por acidentes no trânsito
  • Criar Projeto governamental que recupera viciados em craque
  • Ter hospitais com equipamentos funcionando
  • Ter policiais recebendo honras e não mais envolvidos em crimes hediondos
  • Ter escolas com merenda escolar
  • Respeitar idosos e ajudá-los a viver com dignidade
  • Ter artistas de rua que ganham dinheiro fazendo performances criativas e não equilibrando laranjas (alimento) no ar
  • Ter cachorros castrados gratuitamente e não mais envenenados para controlar natalidade
  • Permitir que todos os muros e grades sejam derrubados
  • Permitir que seu povo seja livre, livre da culpa de virar a cara quando poderiam estar estendendo a mão.

Povo hipócrita e insano, merece mesmo sediar essa porra de Olimpíada.

sábado, 1 de agosto de 2009

Todos os dias a Deus eu peço!!!

Tem coisas na vida que não vale a pena se esforçar pra entender. As pessoas são como são e pronto? Sei lá, acho esquisito isso de não evoluir, não querer mudar pra melhor. Nem sempre o que parece é, porém, a verdade nua e crua é que ninguém aqui tá disposto a ficar ao lado de pessoas que se contentam com pouco. Não estou falando de grana, de sentimento, to falando de viver a vida mesmo. Arriscar, se jogar, só pra ser feliz.
A sociedade nos impõe direitos e deveres, e não é que eu acreditei. Existem momentos na vida que a gente deve falar o que pensa, agir por impulso, mudar de país, de amigos, de parceiro. A religião (todas elas) nos ensina que precisa existir apenas um dono pra cada coração, eu prefiro acreditar que essa escolha é minha. Eu sei o que me afeta, me importa e me torna uma pessoa melhor. Errar é humano e tem erros que valem muuuito a pena...E quem disse que buscar o contentamento (seja lá qual for) é um pecado? Pecado é passar a vida querendo mais e ter medo do inesperado, do que não conhecemos, de quem não conhecemos.
Meu lema por muito tempo foi curtir o momento...hoje eu vivo esperando por um. As pessoas e coisas não passam pela nossa vida de graça, pode ser que não dê em nada e o que der já vai ter valido a pena. Não espero sentir amor por tudo que faço, mas paixão de vez enquando faz toda a diferença.
Não agora, mas, um dia vou viver em um lugar onde o sol é o único astro, pés descalços, mar e liberdade. A liberdade que me refiro não tem a ver com solidão e sim tirar as amarras desse mundo capitalista que nos torna brancos, cheios de olheiras e pagadores de impostos.
Não entendeu onde quero chegar? Nem eu..talvez isso seja apenas parte das mudanças que minha cabeça e corpo estão exigindo de mim.
Pelos dias que terei, um minuto mais de vida ... a Deus eu peço!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Tolerância zero...

Enquanto algumas mulheres acreditam em príncipe encantado, emprego dos sonhos, vida perfeita, tem muita nega se contentando só com o cavalo. Sonhar é sempre saudável, mas a vida real é bem mais interessante.
Idealizar a felicidade eterna aumenta substancialmente a chance de você que acreditava estar vivendo um conto de fadas com o Jude Law (olha a foto do querido) acordar com o ronco do Sherek (JISSUS). Não que seu namorado, marido ou pegada seja verde, mas, como você é uma garota inteligente, não preciso descrever aqui do que um ogro é capaz.
Tem gente que vive a realidade ao avesso. Vive com aquele cara que todo mundo acha o máximo, o cara perfeito, um bom amigo, um bom pai, um cara bom de cama pra caralho, praticamente o Superman...e aí? O que acontece? Ela não está satisfeita, se encanta pelo Coringa, a pessoa mais improvável de atingir um saldo positivo.
Como quem procura acha, se engata em outra pinta, aí, vem a paixão onde tudo que reluz é ouro, tudo é possível. O cara é um galinha, a mulher enxerga nisso um charme, o cara é engraçado, ela pensa....coisa boa alguém com essa energia boa, o cara trabalha muito, ela acredita...nossa ele pensa no futuro, o cara brinca com os sobrinhos, ela sonha....ele quer ser pai, o cara agrada cachorros de rua, ela pensa...que pessoa com o coração grande...
Passa um mês de paixão a flor da pele, aí sejam bem vindas a vida real, o charme vira desrespeito, o que era engraçado vira inconveniente, de trabalhador vai direto pra indiferente, só dá atenção a meninas com menos de 25 anos e ainda por cima faz da sua casa um pulgueiro... Tá rindo é? Continua sonhando pra ver onde isso tudo vai parar...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Toda a sensualidade do mocotó...

Genteeeeeeeee...Tô em choque...Ao abrir o blog de uma amiga me deparo com uma alusão ao mocotó feita pelo David Coimbra...logo hoje que me joguei de cabeça em um prato bem cheio dessa iguaria "leve e requintada"...que admito...de cabeça bem baixa, roxa de vergonha, ao traçar a última colherada..pensei comigo mesma...comer mocotó é igual a fumar hoje em dia...dá até vergonha de tanto que as pessoas falam mal de quem se deixa levar por um prazer tão material em um mundo onde todos estão em busca de um desenvolvimento espiritual, um corpo perfeito, a sintonia com a saúde...logo hoje que começo a academia..lá fui eu pra fila do buffet ....sou tão normal, trabalho, sou boa mãe, boa esposa, pago impostos...mereço comer mais um pratão...
Termino o meu almoço e penso...vou fumar um cigarro no sol...coisa boa, né? Hoje me esbaldei..mas, não perdi o dia todo...neguei a ambrosia e ainda tenho academia!!!!
Se deliciem com a crônica do meu mestre (a apartir de hoje) David Coimbra...
Uma bela mulher em frente a um prato de mocotó é uma cena profundamente sensual. Em primeiro lugar, porque sempre foram raras as mulheres que comem mocotó, e cada vez há menos delas sobre a Terra. Na verdade, a quantidade de apreciadores de mocotó, homens e mulheres, diminui dia a dia. Nem entendo como aqueles restaurantes que só servem mocotó ainda sobrevivem na cidade.Trata-se de um fenômeno da urbe: eles começam a vender mocotó em abril e param em novembro. Sete meses, só. No resto do ano, os restaurantes permanecem fechados e seus proprietários decerto ficam se esbaldando em turnês pela Europa, alimentando-se de sutis suflês e petit gateau. Tudo por conta do velho e pastoso mocotó.Que aproveitem, pois não será eternamente assim. O mocotó está em extinção, como o mico-leão-dourado e a onça-pintada. Porque as pessoas agora não comem mais mocotó, ou feijoada, ou torta de bolacha. Não. Elas ingerem proteínas, carboidratos, glicose. Elas se nutrem, entende? Lá vêm elas com aquelas chicórias, aqueles grãos-de-bico, bifinhos na chapa, refrigerantes dietéticos. Ah, elas só querem saber de pilates e de dormir depois da novela, elas vão ao terapeuta e correm na rua às oito da manhã. Cristo, há quem jante barras de cereal!Agora pergunto: isso é vida? A vida sem fritura é uma vida que valha a pena ser vivida???Essas pessoas, essas que têm ojeriza ao mocotó, elas são capazes de se aventurar? Não estou falando de pular de paraquedas ou de fazer rafting. Nada de aventura assistida. Estou falando das pequenas loucuras que podem ser cometidas no trivial dos dias, da fuga do trabalho no meio da tarde para uma cerveja à margem do rio, do sexo pecaminoso com a loira do sétimo andar, do filme às quatro da madrugada, de comer mocotó com vinho no almoço de quarta-feira, é disso que estou falando!Eis por que uma bela mulher diante de um prato fumegante de mocotó é, mais até do que sensual, terno, meigo, romântico, é bucólico. Ela, linda, primaveril, fresca como uma manhã de maio, ela uma imperatriz, ela uma sílfide, ela e seu mocotó estão gritando que ali está uma mulher que não teme a vida, uma mulher capaz de rir de uma piada, que topa uma viagem planejada 15 minutos atrás, uma mulher que talvez até jogue palitinho, embora eu bem saiba que jogar palitinho talvez seja pedir demais.É isso que é importante, é nisso que penso nesse inverno de rigores. Que a extinção do mocotó é o símbolo de uma sociedade bem-comportada, tão bem-comportada, que se torna incapaz de mastigar a fatia mais saborosa da vida, que é a da fruição do pecado, só possível se o homem tiver a grandeza de perdoar o erro, de esquecer a falha, de conviver com a diferença, de experimentar a novidade. Só possível se existir no peito a qualidade que transforma um conjunto de seres humanos em civilização: a tolerância. Um prato de mocotó é também um prato transbordante de tolerância.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Entre Lençóis...

Sempre que algo me afeta de alguma maneira, um filme, uma música, uma frase...fico doida até conseguir compartilhar..isso é meu, não estou assim, eu "sou" assim, mesmo nos momentos mais reclusos, preciso interagir, extravasar, dividir a informação.
Ontem o filme "Entre Lençóis" me chocou, o Reinaldo Gianechini faz o papel de um cara divorciado e a Paola de Oliveira é uma mulher que vai casar no dia seguinte. Eles se encontram em uma festa e se sentem atraídos um pelo outro de uma maneira mágica. O filme tem 1h30min de duração e não existem outros personages, só os dois em um quarto de motel. O filme é sublime, não tem nada de vulgar, beira a comédia por vezes...é de uma intensidade de tirar o fôlego. É impressionante como um acontecimento não planejado pode modificar um momento, um futuro, um sonho de uma vida inteira. Eles narram uma paixão que começa, explode e pode continuar e terminar em uma só noite..depende da interpretação de quem assiste o filme.
Eu recomendo, esse tipo de filme deveria ser como livro de cabeceira, cartaz pra decorar fórmulas de química antes do vestibular..deve ser manuseado, assistido todos os dias pra dar coragem àqueles que pensam em mudar de rumo mas morrem de medo de tentar.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Castiga-me infinitamente!!!

Essa frase eu ouvi no trailer do filme BUDAPESTE. Sinceramente as imagens não me atrairam muito, mas, a frase acendeu uma luzinha de 1000wats na minha mente.O contexto em que a frase apareceu é totalmente irrelevante, mas na vida de qualquer pessoa pode determinar o início de um novo ciclo. Talvez, não pra mim que me sinto acomodada na minha realidade, mas pra um sonhador, pode decidir uma vida inteira.
Fico pensando no peso das duas palavras:
Castigar: Submeter a castigo; punir severamente.
Infinito: Que não tem limites.
Quem em sã consciência pode querer "se punir severamente sem limites"? A resposta é óbvia...todos nós, quem de nós não faz ou fez alguma coisa na vida que quase representa o sadomasoquismo. Posso estar falando sobre comprar um carro velho que só dá problemas porque adoro antiguidades, posso estar falando de um doce no meio da madrugada consumido por um diabético, posso estar falando de emprego que te alimenta com grana, mas que te suga a energia, posso estar falando de um relacionamento com uma pessoa que é tu mesmo ao avesso...existem coisas que não tem como dar certo.
Quando olho aquele idiotice de video cacetada onde o cara quer atravessar um riacho cheio de pedras com limo, dançando, comendo farofa e cantando o hino nacional...todo mundo sabe que aquilo não tem como dar certo....e mesmo assim as pessoas "se jogam".
Que coisa incrível essa necessidade humana de achar que somos capazes de tudo, de superar qualquer obstáculo, de engolir um sapo por dia e ele não entalar na garganta.
Por que as pessoas se submetem a pouco quando na verdade merecem tudo..será que merecem mesmo? Nós escolhemos o carro velho, até mesmo a diabetes pode ser uma opção, escolhemos o emprego, escolhemos nossos parceiros e isso parece que nos foi imposto...só parece...em algum momento nós atraímos essas coisas e pessoas...por isso é minha responsabilidade estipular um prazo para afastar de mim o que não me faz feliz...caso alguém tenha se identificado com os exemplos punitivos ...sorriam...ainda dá tempo de não ser pra sempre.

domingo, 17 de maio de 2009

Divã

Outro dia vi um filme que atesta que toda mulher é infeliz ou insatisfeita. O filme é “DIVÔ. Coisa bem maluca essa estória, a Mercedes vivida pela Lilia Cabral decide procurar um analista porque acha que anda muito feliz. Tem um marido normal, uma casa normal, dois filhos normais...uma vida infinitamente normal...é a í que a coisa pega...quem aqui ou aí se programou pra ter uma vida normal? Eu conheço uma só pessoa que sonha em envelhecer olhando o mar e as tartarugas...de resto todo mundo quer paixão, aventura, as pessoas querem sentir tesão..tesão por si, pelo outro, tesão pela vida.
Daí vem uma doente e diz que não sabe o que vai querer ser daqui a 5min, mas de uma coisa tem certeza...não morre sem ser DJ e surfista...considerando que ela tem 31 anos e é totalmente desastrada..é um sonho bem impossível...mas, quem sou pra dizer o que é melhor para o outro?
Me orgulho toda de dizer sempre o que penso, mas que direito tenho de querer direcionar e julgar o talento alheio? Se a doida quer envelhecer de mãos dadas e a outra surtar em uma rave...parabéns..porque precisa ter coragem pra fazer as duas coisas...porque descobrir que tu parece ser a única pessoa no mundo que ainda não sabe ao certo o que vai ser quando crescer...é desesperador.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Amor além da vida!

Nossos laços mais significativos podem depender de "um" momento, de "uma" pergunta, de "uma" resposta, caminhos, destinos e até uma vida inteira podem ser modificadas com uma frase...as palavras como dizem por aí..ferem..mas também salvam...

De um amor...
Pergunta: Eu preciso ter um filho agora, topa?
Resposta certa: A gente só tem um problema...temos que escolher um nome.
De uma amiga...
Pergunta: E se eu não puder gerar uma criança?
Resposta certa: Eu te empresto a minha barriga!

Existem amores pra toda uma vida, existe uma vida pra muitos amores, eu tenho amores pra além dessa vida!

Amar e chorar..é só engravidar!

Que coisa maluca ser mãe, quem disse que seria fácil? Absolutamente todo mundo!!!
Dizem por aí que ser mãe é padecer no paraíso e estar com avental sempre sujo de ovo...Pra mim a realidade é outra, o meu sentimento de amor é proporcional a dor...Explico:
Amamentar é lindo quando o bico do seio não cai;
Acordar de madrugada é natural quando a gente consegue "ir" dormir;
Há ainda quem diga que filhos só fazem a gente chorar...
  • A gente chora quando eles choram;
  • A gente chora quando eles riem;
  • A gente chora quando eles falam pela primeira vez;
  • A gente chora porque eles crescem;
  • A gente chora porque eles um dia resolvem caminhar com suas próprias pernas;
  • A gente chora porque eles por vezes (na maioria delas) não nos obedecem;
  • A gente chora quando alguém (uma criança perversa) é cruel com eles;
  • A gente chora por tudo da vida que não conseguimos poupá-los.

A única coisa que posso deixar aqui como testemunho é que quanto mais amamos, mais sofremos, o medo da perda só existe porque existe afeto. O afeto só existe quando existe amor e isso é a verdade mais absoluta do mundo...meu filho é o que "há" em mim.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

As desafinadas!

Existem pessoas que não acreditam em uma ligação poderosa entre as mulheres.... Surpresa, existe sim e nós não colamos o velcro, viu? Eu sou sortuda porque tenho 4 amigas "da" e "pra" vida inteira. Tudo começou há 30 anos atrás...fomos nos encontrando e estabelecendo laços que hoje ninguém pode desfazer!
O tempo foi passado e os caminhos foram ficando diferentes cada uma tem seu estilo e sua carreira, uma mora no ar, outra em Floripa, outra na zona sul, e outras duas conseguem manter nossas raízes vivas na zona mais norte de Porto Alegre.
Uma é bióloga (nossa doutora só orgulho), uma comissária, uma terapeuta ocupacional, e duas administradoras, VIVA A DIFERENÇA, NÉ GURIAS! ACHO QUE É ISSO QUE NOS COMPLETA TANTO! A nossa amizade é tão afudê que até tatu a gente tem, uma margarida do lado direito do pescoço...um sábado, passamos a tarde em um salãozinho ali na Anita perpetuando um amor que com certeza ninguém vai querer apagar um dia. Cada uma teve uma reação, eu meti a boca no cara porque achei que tinha ficado uma merda, a Jose foi a segunda porque teve medo de ser a primeira, a Carol ficou com medo de enjoar e a Aline não sentiu dor alguma...Tem uma infelizmente não fez porque é uma CAGONA, mas diz ela que vai fazer porque agora é uma nova mulher.
Independente do que acontecer daqui pra frente, fomos e somos amigas e isso é o que realmente importa. Obrigado por estarem comigo (mesmo de longe), sempre e pra sempre. Amo vocês!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Aos 30 surtei!

Foi assim que tudo terminou...Um belo dia, acordei ao lado do meu marido, dentro da minha bela casa, no meu quarto sob medida e vi que estava infeliz. Desci da minha cama imensa (porque meu marido reclamava que parecia dormir em cima de um muro, de tanto que ocupo espaço) coloquei meus pés no chão, por causa do ar condicionado, a sensação dos pés gélidos, me arrependi de não ter colocado uma meia pra dormir.

Me arrastei até o banheiro, me olhei no espelho e perguntei a mim mesma, quem era essa que eu estava vendo, de onde tinham vindo esses cabelos brancos, esses pequenos vincos ao redor dos olhos, os 10 kilos a mais que recheavam meu corpo inteiro, aquele sentimento de putz, que merda, como eu vim parar aqui tomou conta de mim.

Com meus 30 anos recém feitos eu me perguntava, onde estaá o sorriso mais lindo do mundo? O meu brilho dos olhos? A mágica que envolvia meus gestos? Não encontrei nada disso quando sentei no vaso para o meu xixi matinal e olhei para minhas mãos e percebi que minha unha vermelha estava descascada até a metade. Eu iria precisar de cinco minutos da minha preciosa manhã pra tirar aquela droga de esmalte das dez unhas..pra que dez unhas me perguntei...assim lá se foi o meu café da manhã.

Tomei meu banho ainda me olhando no espelho, aqueles que vendem dizendo que não embaçam no chuveiro, e porque diabos eu acreditei, não tenho a mínima idéia. Deslizei minhas mãos dos olhos aos cabelos tentando organizar meu dia. Saio do banho e como sempre não deixei nada arrumado para colocar hoje, minhas calcinhas estão molhadas e desesperadamente procuro na gaveta do meu marido uma cueca box que não aperte as minhas coxas.

Quando estou quase terminando minha rotina matinal, meu filho acorda e pede por mim, meu santo marido se levanta pra buscá-lo em seu quarto e ele grita como se nós fossemos todos surdos, EU QUERO A MINHA MÃE...é sempre assim, quando eu vou, ele pede o pai... e nós ficamos nos batendo pelos corredores tentando descobrir o que fazer pra não desencadear um terremoto as 8 horas da manhã.

Começa a minha primeira tarefa de gincana do dia, tentar colocar o uniforme da escola no meu filho de três anos, ele brincando se locomove em cima da minha cama imensa imitando o homem aranha, não pára quieto um segundo, quando estou quase enlouquecendo e perdendo a paciência, ele olha pra minha cara, como que adivinhando meus pensamentos e querendo piorá-los e dispara HOJE EU NÃO QUERO IR NA ESCOLA...

Minha vontade é sentar na cama e chorar, mas não posso, tenho um financiamento de 18 anos pra pagar da minha casa nova, escola, faculdade, carro, gasolina, seguro do carro, seguro da casa, seguro de vida, previdência privada, TV a cabo, luz, água, telefone, internet, faxineira e supermercado. Preciso me recompor e seguir o dia, prometo pra mim mesma que de hoje não passa, vou pensar em algo que eu possa fazer pra me sentir feliz, se não posso mudar de vida, preciso encontrar algo que me dê prazer.

Meu marido olha pra mim e faz a pergunta diária...eu levo ou tu leva? Eu quase pulo aos pés dele implorando ...tu leva... ele leva o nosso filho pra escola. Desço as escadas, abro a geladeira e penso que não vou tirar meu esmalte coisa nenhuma, eu quero tomar meu café da manhã. Pego o algodão e a acetona e jogo na bolsa, em alguma sinaleira no meu trajeto até o trabalho, eu faço isso.

Entro no meu carro novo, que ainda faltam 54 parcelas pra ser meu realmente, coloco o cinto e lembro que deveria ter posto minhas lentes de contato já que o meu óculos escuros com lente de aumento eu quebrei a mais de um mês. Porque além dos primeiros fios brancos, pés de galinha e peso além do justificável, eu não enxergo nada sem lentes de aumento. Penso pela trigésima vez que eu preciso ir ao shopping mandar fazer um novo, só que em 20 segundos me dou conta do porquê de ainda não ter ido...não tenho um centavo na conta, ou melhor, até tenho...só que tem um sinal de menos na frente.

Esqueço os óculos e entre um raio de sol que quase fura meu olho e o transito infernal que me acompanha diariamente da zona sul a zona norte, abro a acetona e pego o algodão, tento sintonizar em uma rádio que não me deixe mais atacada do que já estou, respiro fundo e penso, preciso me acalmar. Tento fazer um exercício de relaxamento que aprendi na casa espírita, quando estou quase conseguindo, um filho da puta buzina atras de mim e a acetona vira no meu colo, olho pro relógio, 8h45, começo a chorar.

Em frente a empresa em que trabalho, estaciono meu carro, abro a porta e fico olhando sem coragem de entrar, recolho minha bolsa, notebook e mais mil coisas que carrego pra cima e pra baixo e começo a dar os primeiros passos a mais um dia infinitamente igual. Passo pela entrada e dou um bom dia forçado meio sem olhar pra quem. Subo as escadas e sinto uma sensação de fraqueza, nada me irrita mais, cheguei no limite, no limite da minha paciência, não tenho mais força física para encarar nem mais um dia. No meio da escada penso em simular minha própria morte, finjo que escorreguei, bati a cabeça e preciso ser internada em um hospital ficando em coma durante um ano inteiro até encontrar um jeito de largar tudo e fugir do planeta terra.

Mas o último degrau chegou e me trouxe de volta a vida real e quando dou por mim, já estou no meu ciclo incessante de trabalho estafante. Abro meu computador e começo a ler meus emails. Passo o dia apagando incêndios, resolvendo o problema dos outros, educando os filhos dos outros. Ando tão cansada para educar o meu. Mal tenho tempo de praticar para chegar o dia de eu ter “os meus”. Me desloco de uma empresa a outra sem parar, quando não estou trabalhando, todo mundo me acha no celular, meu chefe me encontra quando do escritório já saí, meu marido me liga pra saber porque ainda não cheguei.

Por muito tempo achei que a minha relação com o aparelho celular era diabólica ou sobrenatural, a cada toque eu simplesmente estremeço. Não gosto de ouvi-lo tocar, sempre acho que é alguém me cobrando alguma coisa, um telefonema, uma visita, uma satisfação. O telefone da minha casa eu não atendo, eu não gostaria nem que ele existisse na verdade, só temos um número residencial, porque meu marido acha que toda a família normal precisa de um telefone convencional, pois em uma emergência a falta dele pode ser fatal...

17h30 começo a me despedir, até que todos esclareçam suas dúvidas, duas horas depois consigo girar a chave do carro e começo a pensar na volta pra casa. Respiro fundo, pego um chiclete, acendo um cigarro, coloco o cinto e ligo o rádio. A volta é sempre melhor, começo a desacelerar meu cérebro, meu corpo. Quero chegar calma em casa, quero abraçar meu filho e não passar toda a energia do meu dia pra ele, depois de muito engarrafamento que há essa hora já não me deixa tão louca, avisto de longe uma luzinha da portaria do meu condomínio, passo pelos portões da entrada e deixo pra trás tudo que me fez infeliz e idiota durante todo o dia.

Já chego dirigindo devagar e cumprimentado a vizinhança, dou uma espiada pra ver se alguém está com um copo de cerveja na mão, pois se alguém estiver, esse será meu destino, ao menos pela primeira meia hora depois de desligar o motor. Encontro os dois homens da minha vida me esperando, por vezes sorrindo, por vezes quase chorando, isso geralmente varia de acordo com a hora que chego. Nem sempre tenho energia para contar meu dia, para brincar com meu filho, para jantar com meu marido, mas até agora tenho conseguido disfarçar muito bem.